Em apenas 15 minutos: o capitão português marcou três golos, feito inédito ao serviço da seleção, ultrapassou Eusébio como segundo melhor marcador de sempre das ‘quinas’ e agora está a apenas quatro golos do recorde de Pauleta.
Em noite de recordes no Windsor Park, em Belfast, as coisas até começaram melhor para a seleção. Aos 21 minutos, na sequência de um canto de João Moutinho, Bruno Alves colocou a bola de forma perfeita e tornou-se no defesa com mais golos ao serviço de Portugal, superando Fernando Couto, que contava com oito tentos.
A Irlanda do Norte respondeu à altura, aos 36 minutos, quando McAuley cabeceou sozinho na área de Rui Patrício, também na sequência de um canto, e empatou o jogo, beneficiando da defesa à zona demasiado passiva de Portugal.
Se o jogo antes já estava ‘durinho’, com o árbitro holandês Danny Makkelie a ‘amarelar’ Pepe logo aos sete minutos, pior ficou depois do empate. A agressividade dos irlandeses aumentou e um português perdeu a cabeça: Hélder Postiga. Aos 43 minutos, o avançado do Valência entrou em confronto com McAuley e deu um encosto com a cabeça ao adversário. O árbitro não teve complacência e expulsou Postiga, ignorando os protestos de Ronaldo, que também foi contemplado com o amarelo.
Ronaldo ‘to the rescue’
Portugal partia para o intervalo com um cenário negro à vista, que ficou ainda pior aos 52 minutos, quando, novamente num canto, a Irlanda deu a volta ao marcador. Junto a Rui Patrício, Ward só teve de encostar para a baliza, mas também contou com a ‘ajuda’ do árbitro auxiliar, que não viu que o irlandês estava em posição de fora de jogo.
Paulo Bento começava a ver o Brasil mais longe e fez entrar Nani e Nélson Oliveira, para os lugares de Meireles e Vieirinha. Mas quem ajudou mais a seleção portuguesa foi o irlandês Brunt, que foi expulso aos 61 minutos e animou as hostes portuguesas.
Na bancada gritava-se pelos “bacalhaus”, já depois de também se terem ouvido cânticos a notar que “Ronaldo é mais barato do que Bale”. Até pode ser, mas o português fez questão de relembrar que está cada vez mais próximo do Mundial, enquanto que Bale só o poderá ver pela televisão.
Aos 68 minutos, começou o ‘festival’ Ronaldo, com um cabeceamento fulgurante do avançado português a empatar a partida, novamente através de lance de bola parada. Os festejos de raiva do capitão indiciavam que ainda havia mais para vir e, nove minutos depois, a cabeça de Ronaldo voltou a marcar, a virar o jogo e a assinalar mais um feito, ao atingir os 42 golos, ultrapassando Eusébio como o segundo melhor marcador de sempre da seleção.
As coisas já corriam de feição aos portugueses e ainda ficaram melhores quando o irlandês Kyle Lafferty, acabado de entrar, entrou de forma dura sobre João Pereira e foi expulso. Depois da reviravolta no resultado, chegava a reviravolta no número de jogadores em campo, com a Irlanda do Norte a ficar com nove e Portugal com dez.
Aos 83 minutos, apenas 15 depois do seu primeiro golo na partida, Ronaldo sentenciava de vez o jogo, com um golo de livre directo. O capitão português, que foi depois substituído por Rúben Amorim, atingiu os 43 golos no histórico pessoal e está agora ainda mais próximo do recorde do açoriano Pedro Pauleta, já retirado, que chegou aos 47 golos ao serviço das ‘quinas’.
Depois do apito final, o capitão guardou a bola do jogo para mais tarde recordar e Portugal guardou a liderança do Grupo F de qualificação para o Mundial-2014, com 17 pontos, pelo menos até terça-feira, quando a Rússia, segunda classificada, com 15 pontos, receber Israel, que tem 11 pontos. Portugal só volta a jogar em outubro, a 11 e a 15, quando receberá Israel e Luxemburgo, nos últimos jogos de qualificação. (Expresso)