A Associação Internacional de Swaps e Derivados (ISDA), com sede em Londres, confirmou que os maiores bancos do mundo reúnem-se em Londres, para avaliar o problema criado pelo Banco de Portugal, inserido nas obrigações do Novo Banco.
Em causa, podem estar o incumprimento não de cinco, mas mais de 50 linhas obrigatórias.
A primeira reunião ocorreu na quarta-feira, mas foi inclusiva. Na proxima reunião, haverá uma segunda ronda para discutir o polémico caso do banco português.
Na mesa da alta finança global estarão o Bank of America, Barclays Bank, BNP Paribas, Citibank, Credit Suisse, Deutsche Bank, Goldman Sachs, JPMorgan Chase, Morgan Stanley e Nomura, para decidirem se há ou não o incumprimento de obrigações e se devem ser acionados os respetivos seguros para cobrir as perdas em que os “institucionais” entretanto incidiram ou vão incidir.
O esquema de votação é rotacional, e estarão ainda presentes o gigante japonês Mizuho, a Société Générale e fundos de gestão de capitais, como Alliance-Bernstein, BlueMountain Capital, Citadel, Pimco, Cyrus Capital, Elliott Management.
Caso isto se venha a confirmar, podem estar em risco de incumprimento não cinco, mas mais de 50 linhas obrigacionistas do Novo Banco num valor estimado de 18 mil milhões de euros em dívida, o equivalente a 10% do produto interno bruto anual de Portugal.
Mark Gilbert, membro do conselho editorial da Bloomberg, refere num artigo de opinião, que esta ação vem na sequência da decisão “arbitrária” tomada pelo Banco de Portugal, a 29 de dezembro de 2015, e que a solução encontrada pelo banco central é como uma “granada” sobre o “caótico” mercado obrigacionista do país.
O analista recorda que “o banco central português atirou o seu mercado de obrigações para uma confusão”, que as cinco obrigações do Novo Banco valiam dois mil milhões de euros, mas que a decisão “destrói cerca de 80% do valor dos ativos” ao enviá-las para o banco mau.
A associação é composta por 15 elementos (10 grandes bancos grossistas e cinco gestoras de fundos, as retalhistas) e representa o mercado de seguros contra perdas e incumprimento em ativos financeiros. (Ag.Lusa)