Os ministros da Educação de Angola e de Moçambique pediram hoje que o Acordo Ortográfico para os países da CPLP incorpore as “especificidades” linguísticas de cada um dos Estados-membros da comunidade lusófona.
No final do encontro, o ministro moçambicano da Educação, Augusto Jone, afirmou que o acordo, que ainda não foi ratificado por Moçambique e Angola, deve contemplar as particularidades linguísticas de cada um dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
“Trata-se de incorporar no acordo as especificidades da nossa língua”, disse o ministro moçambicano.
“Encontramos palavras que só têm sentido para os falantes de um determinado país” e “temos um vocabulário de cada país, além daquele que nos é comum”, afirmou Augusto Jone.
Os ministros da Educação da CPLP estiveram hoje reunidos, em Maputo, no âmbito da VIII reunião ministerial do setor, tendo os representantes dos Estados-membros da comunidade “instado o Conselho Científico do Instituto Internacional da Língua Portuguesa a pronunciar-se em relação ao parecer oficial sobre o Acordo Ortográfico”, entregue pelas autoridades angolanas.
“Penso que as reflexões que fizemos englobaram as preocupações de todos os países que falam a Língua Portuguesa, em termos do enriquecimento desta língua e das nacionais que são faladas em cada um dos países”, disse o ministro da Educação angolano, Pinda Simão, salientando que Angola “não está contra o Acordo Ortográfico”.
Referindo que Moçambique “tem uma cátedra na Universidade Eduardo Mondlane que está a cuidar dos assuntos relacionados com o acordo”, o ministro da Educação moçambicano adiantou que o seu ministério “está a articular” com a Assembleia da República do país a ratificação do documento.
Moçambique e Angola são os únicos países, de entre os oito da CPLP que ainda não ratificaram o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
São Estados-membros da CPLP Moçambique, Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. (Ag.Lusa)