A abstenção, que na primeira volta das eleições municipais em França, antes do confinamento, atingiu níveis históricos de 55,34%, pode ultrapassar na segunda volta, que se realiza hoje, os 60% devido aos receios provocados pela covid-19.
Uma sondagem realizada pelo Ifop a meio do mês de junho mostrou que 62% dos franceses inquiridos, mais de seis em cada dez pessoas, não pensam votar hoje, na segunda volta das eleições municipais em mais de 5.000 localidades.
A pandemia é um dos principais motivos apresentados pelos eleitores para não irem votar, embora tanto as autoridades nacionais como as autoridades locais assegurem que votar não aumenta o risco de contágio. A máscara e a caneta própria serão obrigatórias para todos os que decidam ir votar.
Apenas os candidatos com mais de 10% nas urnas na primeira volta passaram à segunda volta nas localidades onde ninguém conseguiu mais de 50% dos votos, mas com a polarização na atual vida política em França isso pode significar uma escolha ainda entre três ou quatro candidatos diferentes.
Para hoje estão aptos a votar cerca de 16,5 milhões de eleitores, ou seja, cerca de 39% dos inscritos nos cadernos eleitorais no país, para decidirem sobre os novos executivos municipais em Paris, Marselha, Lyon e Bordéus, entre outras grandes cidades francesas.
A primeira volta realizou-se no passado dia 15 de março e a segunda volta teve que ser adiada devido à pandemia de covid-19 e pelos meses de confinamento rigoroso que vigorou, com cerca de 5.000 localidades a não elegerem um novo executivo na primeira ida à urnas.
Atualização 29-06-2020 2:00 Inédito para as municipais em França. Segundo vários institutos de votação, a abstenção é de cerca de 60%. Segundo o Ministério do Interior France, a taxa de participação às 17h foi de 34,67%, uma queda de 4 pontos em relação à primeira rodada de 15 de março (38,77%), mas acima de tudo um declínio de quase 18 pontos comparados ao segundo turno das eleições municipais de 2014 (52,36%) e até 20 pontos comparados a 2008 (54,45%).