Julian Assange pediu ao Reino Unido e à Suécia para aplicarem a decisão de um grupo de trabalho da ONU que considerou a sua detenção arbitrária e apelou para a sua libertação.
“Cabe agora à Suécia e ao Reino Unido aplicar o veredicto”, disse o fundador do Wikileaks num encontro com a imprensa através de vídeo-conferência em Londres.
Assange está refugiado desde junho de 2012 na embaixada do Equador em Londres por receio de ser extraditado para a Suécia, onde foi acusado de violação, e daí para os Estados Unidos, que o querem julgar pela divulgação de milhares de documentos confidenciais.
A posição do grupo de trabalho da ONU, que considerou a detenção arbitrária e pediu a libertação e o pagamento de indemnizações a Assange, foi recusado por Londres e por Estocolmo.
A decisão foi “uma vitória significativa que me fez sorrir”, disse Assange, acrescentando que a decisão da ONU é “legalmente vinculativa.
Um porta-voz da ONU, Xavier Celaya, afirmou que “a decisão em si não é vinculativa, mas é-o indiretamente”: Os países “não têm obrigações para com o grupo de trabalho, mas têm em relação às convenções, às suas próprias leis e compromissos… pelo que a decisão é indiretamente vinculativa”.
Questionado sobre a reação do ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Philip Hammond, que considerou a decisão da ONU “ridícula”, Julian Assange disse considerar esse comentário “abaixo do nível que um ministro dos Negócios Estrangeiros deve usar”.