• Qui. Jun 8th, 2023

“A visão política de José Sócrates era de não combater à corrupção”, disse João Cravinho

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João Cravinho disse considerar haver “comportamentos absolutamente inadmissíveis para qualquer cidadão decente” na Operação Marquês.

Em 2006, João Cravinho criou um Plano Anticorrupção que terminou travado pelo PS, foi o entrevistado desta segunda-feira do programa ‘Polígrafo SIC’, onde lançou farpas a José Sócrates e ao Governo liderado por este ex-governante.

Na opinião do ex-ministro de António Guterres, “independentemente de todo e qualquer juízo pessoal, tomando para centro a visão política, a convicção política, os atos políticos de José Sócrates como primeiro-ministro e como secretário-geral do PS, a visão política dele era de não combate à corrupção“.

Na altura, prossegue o também ex-deputado, “achei isto de uma tal enormidade” que João Cravinho teve “grande espanto”.

“Pensei que poderia haver dificuldades técnicas, porque às vezes há visões diferentes, legítimas, mas que levam depois em matéria de pugna política a uma espécie de guerra de trincheiras. Pensei que isso iria existir”, advogou.

Agora, “que houvesse uma posição política que só pode ter explicação e que está demonstrada concreta e factualmente de não combate, de tirar a ideia de combate à corrupção de qualquer plano prioritário do Governo e do PS…”, acrescentou o ex-governante.

Indicando que tem um “juízo que não é definitivo” e que “aguarda com grande expectativa e preocupação a prova que venha a ser produzida em julgamento”, sobre a Operação Marquês João Cravinho disse considerar haver “comportamentos absolutamente inadmissíveis para qualquer cidadão decente”.

“Então para um socialista com responsabilidade máxima no partido e com maioria absoluta, mais do que inadmissível é execrável”, frisou ainda.

Já questionado sobre o que incomodava no Plano Anticorrupção que apresentou, Cravinho foi taxativo: “O que mais incomodava era ter tomado iniciativa”.

Recorde-se que José Sócrates, acusado de 31 ilícitos, vai a julgamento por três crimes de branqueamento de capitais e outros três de falsificação de documentos, os mesmos pelos quais o seu amigo e empresário Carlos Santos Silva está pronunciado.

Dos 28 arguidos do processo foram pronunciados pelo juiz Ivo Rosa, além de Sócrates e Carlos Santos Silva, o ex-presidente do BES Ricardo Salgado, por três crimes de abuso de confiança, o antigo ministro Armando Vara por lavagem de dinheiro e o ex-motorista de Sócrates João Perna por posse ilegal de arma, todos julgados em processos separados.

O juiz decidiu não levar a julgamento os ex-líderes da PT Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, o empresário Helder Bataglia e o ex-administrador do Grupo Lena Joaquim Barroca, entre outros. (Lusa & Noticiasaominuto)

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