A nova procuradora-geral da República, Lucília Gago, elegeu esta sexta-feira o combate à criminalidade económico-financeira como uma prioridade para o seu mandato e garantiu que o Ministério Público irá “zelosamente acompanhar” a fase de instrução da Operação Marquês.
“Elejo como uma das grandes prioridades do meu mandato, o combate à criminalidade económico-financeira, com particular enfoque para a corrupção, que se tornou um dos maiores flagelos suscetíveis de abalar os alicerces do Estado e corroer a confiança dos cidadãos no regime democrático”, disse Lucília Gago no discurso de tomada de posse, no Palácio de Belém.
A procuradora-geral da República aproveitou o seu primeiro discurso para falar da Operação Marquês, no qual o ex-primeiro-ministro José Sócrates está acusado de vários crimes económico-financeiros, para deixar claro que o Ministério Público vai “acompanhar zelosamente a tramitação” do processo na fase de instrução, dirigida por um juiz.
Entre 2002 e 2005 foi procuradora coordenadora no Tribunal de Família e Menores de Lisboa, por onde passara antes Joana Marques Vidal. Em 2005 é promovida ao topo da carreira, passando a representar o Ministério Público na Relação de Lisboa até 2012, por delegação da procuradora-geral distrital.
É aí que se cruza com a actual ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, que assume a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa em 2007 e a mantém como coordenadora da área de família e menores.
Nesse período representa a PGR na Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens, então presidida por Armando Leandro. O juiz caracteriza-a como “uma pessoa muito competente e muito generosa” e destaca-lhe o “elevado sentido de dever público” e a “grande lealdade com quem trabalha”. É o caso do procurador Sérgio Pena, com currículo no combate à corrupção, a partir de hoje seu chefe de gabinete no Palácio Palmela…