O secretário-geral do PCP voltou a apelar ao Presidente da República para que dissolva a Assembleia da República e “devolva a palavra ao povo”, mas reconheceu que será difícil Cavaco Silva antecipar o calendário eleitoral.
“Com grande frontalidade dissemos ao senhor Presidente da República que a questão da dissolução da Assembleia da República é uma condição fundamental para nós conseguirmos encontrar caminhos alternativos a esta escalada, a esta política de exploração e de empobrecimento que hoje atinge milhões de portugueses”, afirmou o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, no final de uma audiência com o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva.
Jerónimo de Sousa reconheceu, contudo, que o Presidente da República tem “posições claramente divergentes” do PCP e adiantou não ter ficado com a ideia que possa existir alguma antecipação do calendário eleitoral do próximo ano para evitar que as legislativas coincidam com a apresentação do Orçamento do Estado para 2016 e se realizem poucos meses antes das presidenciais.
Cavaco Silva “deveria demitir” o Governo e “convocar eleições antecipadas”, sendo este “o fundamento do pedido da audiência” com Cavaco Silva, afirmou Jerónimo de Sousa em declarações aos jornalistas numa pedreira de mármore em Vila Viçosa, durante uma visita ao Alentejo, a convite da Entidade Regional de Turismo.
A delegação do PCP para a audiência com o Presidente da República, no Palácio de Belém, em Lisboa, é composta por Jerónimo de Sousa, secretário-geral do partido, Manuela Bernardino, do secretariado do Comité Central, João Oliveira, líder parlamentar, e João Ferreira, eurodeputado comunista. (Ag.Lusa)