“Em democracia, vence-se com argumentos, não com pedras”, diz André Ventura
O candidato presidencial do Chega lamentou o episódio de violência de que foi alvo por parte de manifestantes, em Setúbal, defendendo que, “em democracia, vence-se com argumentos, não com pedras”. Ventura foi apedrejado a saída de um comício no Cinema Charlot em Setúbal por algumas dezenas de manifestantes.
André Ventura agradeceu o trabalho à polícia, que considerou ter atuado para “repor a ordem pública”, e à sua própria equipa de segurança privada, adiantando estar “bem”, só com a perna esquerda dorida pela repentina entrada no carro.
No momento mais crítico da tarde, os cerca de 100 manifestantes, que exibiram muito cartazes com a foto da ex-eurodeputada do PS, Ana Gomes, em sinal de apoio à concorrente de Ventura, continuaram o coro de insultos e gritos de “fascista” na direção do líder do Chega até à referida “chuva” de objetos.
Os seguranças de Ventura cobriram o deputado do partido Chega (Direita conservadora) parlamentar e empurraram-no para dentro da sua viatura, que arrancou rapidamente em seguida, rumo a Évora.
“Em democracia, vence-se com argumentos, não com pedras”, disse, à entrada para a derradeira ação de campanha do dia, um minicomício num hotel de Évora.
O incidente ocorreu no fim do primeiro comício do dia, pelas 16:00, à saída do Cinema Charlot, junto ao Estádio do Bonfim: uma garrafa de água cheia, embalagens de pastilhas, também com conteúdo, isqueiro e pedras, foram as provas visíveis caídas no alcatrão.
“Os comentários e a avaliação que eu tenho feito, quer sobre a etnia cigana, quer outros grupos, é uma avaliação política. Por muito que se possa discordar, penso que se discorda com argumentos, com debate político e não com pedras “, disse ainda Ventura agradecendo em seguida as palavras de solidariedade dos seus opositores nas eleições de domingo.
Os cerca de 40 elementos da PSP presentes, incluindo corpo de intervenção, responderam com uma carga com cassetetes sobre os ativistas “antifas” de Extrema-Esquerda e o grupo de cidadãos portugueses de etnia cigana, comunidade que tem sido muito visada no discurso do líder do partido Chega, registando-se confrontos e novo arremesso de pedras.
Um repórter de imagem da TVI foi atingido com um paralelepípedo num joelho. A PSP também deteve, pelo menos, um dos indivíduos que protestaram contra a presença de Ventura no local.
“Se me estão a atirar pedras, como deve calcular, não lhes vou pegar por um braço. A PSP, no âmbito das regras do Estado de direito, teve de usar a força considerada necessária”, justificou o comandante distrital da PSP de Setúbal, Viola Silva.
Segundo o responsável policial, “a entrada do candidato correu mais ou menos bem, foram só arremessados alguns ovos”.
“Na saída, como prevíamos, foram arremessadas pedras e objetos metálicos cortantes, tudo objetos que, se acertassem em alguém, podiam matar”, descreveu.
As eleições presidenciais realizam-se em plena epidemia de covid-19 em Portugal no domingo, sendo a 10.ª vez que os cidadãos portugueses escolhem o chefe de Estado em democracia. A campanha eleitoral começou no dia 10 de janeiro.