Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) está a avaliar um sistema que permite controlar automaticamente os níveis de álcool no sangue dos condutores. No caso de ser detetada uma infração, o sistema não permitirá que o carro circule.
Este sistema designa-se por “alcohol-lock” e já é utilizado em vários países europeus em programas de reabilitação e, de acordo com o presidente da ANSR, tem sido muito popular.
A 6 de julho de 2022, entrou um diretiva europeia que obriga os Estados-membros a ter uma pré-instalação de alcoolímetro bloqueador de ignição nos modelos de veículos lançados na União Europeia. De acordo com o JN, os modelos comercializados terão um período de adaptação de dois anos que termina a 7 de julho de 2024.
Em vários países, este mecanismo tem sido destinado a condutores infratores e a grupos específicos, nomeadamente motoristas de táxi, transportes público ou escolar.
António Avenoso, diretor-executivo do Conselho Europeu de Segurança nos Transportes explicou ao JN, na conferência internacional “Safe & Sober” realizada na passada segunda-feira, que o objetivo não será colocar o mecanismo em todos os veículos, mas que estes sejam utilizados em “condutores reincidentes no crime ou pelos que foram apanhados pela primeira vez com uma elevada taxa de álcool”.
De acordo com o JN, alguns estudos mostram que o “alcohol-lock” é 45% a 90% mais eficaz do que outros sistemas de prevenção.
Os dados do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2022 mostram um aumento de 43,4% no número de crimes de condução sobre o efeito de álcool, maior ou igual a 1,2 g/l. Foram registados 22 071 crimes contra os 15 390 no ano anterior. (Ag.Lusa)