O PS anunciou que formalizará, na Assembleia da República, a entrega de um requerimento para que o ministro da Saúde seja ouvido no parlamento sobre urgência e emergência médica, considerando “intoleráveis” recentes casos de mortalidade.
Esta posição foi transmitida aos jornalistas pelo vice-presidente da bancada socialista José Junqueiro, numa declaração política em que fez duras críticas à atuação do ministro Paulo Macedo.
De acordo com o dirigente da bancada socialista, as consequências da política de “cortes” do Ministério da Saúde “são a falta de assistência direta e imediata aos cidadãos e um conjunto de problemas que transporta de forma acrescida para todo o sistema hospitalar”.
“Esta situação é inaceitável, porque o ministro da Saúde não tem que remediar mas prevenir a situação, e não pode fugir às suas responsabilidades. Não podemos todos os dias assistir a mortes de pessoas que resultaram de uma incapacidade dos serviços”, declarou José Junqueiro.
Neste contexto, José Junqueiro salvaguardou o trabalho desempenhado pelos profissionais de saúde, considerando que “fazem o seu melhor”, particularmente os que exercem funções na urgência e na emergência médica, já que são confrontados com casos de “falta de meios”.
O dirigente socialista associou depois as medidas do Governo de redução da despesa no setor da saúde – o PS diz que representaram o dobro do que estava previsto no memorando da ‘troika’ – a recentes casos mortais divulgados pela comunicação social.
“É intolerável que este ano, em Portugal, se tenham registado várias mortes por incapacidade do sistema, por ausência de reformas e por causa de cortes cegos e avulsos que incapacitam e dificultam o trabalho de todos os profissionais de saúde”, acusou o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS.
José Junqueiro adiantou que, pelo requerimento apresentado pelo PS, o ministro Paulo Macedo deverá prestar esclarecimentos na Comissão Parlamentar de Saúde. (Ag.Lusa)