26 organizações que representam profissionais criativos publicaram um documento com os princípios globais para a inteligência artificial para assegurar que o desenvolvimento desta tecnologia e a sua incorporação são feitos com princípios éticos e com responsabilização.
Em comunicado, um total de 26 organizações que “representam milhares de profissionais criativos por todo o mundo, incluindo empresas de jornalismo, entretenimento, revistas e editoras”, publicaram os “Princípios Globais para a Inteligência Artificial”.
Estas organizações querem que o documento seja um ponto de partida para a utilização da inteligência artificial (AI) e a sua implementação em várias profissões, mas com “uma estrutura ética e de responsabilização” pela tecnologia desenvolvida e aquilo que pode fazer.
Os princípios, advogam, estão alinhados com o rascunho do plano da União Europeia (UE) para a inteligência artificial, que contempla a propriedade intelectual, a transparência, a responsabilização por esta tecnologia e pelo que pode fazer, a “qualidade e integridade, justiça, segurança, desenho e desenvolvimento sustentável”.
Várias organizações estão a manifestar-se contra a maneira como a inteligência artificial está a ser utilizada. Há acusações de os algoritmos recolherem imagens espalhadas pela Internet e de as utilizarem para criar outras sem dar os devidos créditos, pela criação de imagens ou textos semelhantes a outros já existentes sem a possibilidade de os autores originais serem ressarcidos por isso, e até pela substituição, por exemplo, de profissionais na área do entretenimento e edição de imagem por algoritmos.
Em maio, o Parlamento Europeu aprovou a primeira regulamentação para a inteligência artificial, um passo pioneiro nesta matéria que tem como propósito definir moldes para a utilização desta tecnologia dentro de parâmetros éticos.
A legislação está agora a ser discutida pelo colégio de comissários.
O primeiro quadro para regulamentar a inteligência artificial foi proposto pela Comissão Europeia em abril de 2021. Em cima da mesa estão questões que se prendem com os benefícios que a AI pode trazer, mas também os prejuízos que a sua utilização sem critério e desregrada pode acarretar. (Ag.Lusa)