A União Europeia transferiu os primeiros 1,5 mil milhões de euros para defesa e reconstrução da Ucrânia suportados por lucros com bens russos congelados, anunciou a Comissão, vincando “não existir melhor utilização” das verbas.
“A União Europeia [UE] está ao lado da Ucrânia. Transferimos hoje 1,5 mil milhões de euros de receitas provenientes de ativos russos imobilizados para a defesa e a reconstrução da Ucrânia”, anunciou a líder do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
“Não há melhor símbolo nem melhor utilização para o dinheiro do Kremlin [regime russo] do que fazer da Ucrânia e de toda a Europa um lugar mais seguro para viver”, adiantou a responsável.
A UE enviou então hoje o primeiro pagamento de 1,5 mil milhões de euros gerados a partir de ativos russos imobilizados, cujas receitas extraordinárias foram geradas por operadores europeus após terem sido congeladas por centrais de depósito de valores mobiliários a partir de ativos soberanos russos imobilizados.
Foram disponibilizadas pela empresa de serviços financeiros belga Euroclear à Comissão Europeia como primeira prestação, a 23 de julho.
O dinheiro será agora canalizado através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz e do Mecanismo de Apoio à Ucrânia para apoiar as capacidades militares da Ucrânia, bem como para apoiar a reconstrução do país.
Após aval na UE no final de maio, está previsto que 90% sejam afetados para a Ucrânia através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz (que financia a compra de armas e munições de proteção) e 10% através do orçamento comunitário (apoio não militar), isto depois de uma das sanções impostas à Rússia pela invasão da Ucrânia ter envolvido a proibição de transações relacionadas com gestão das reservas e dos ativos do banco central russo, com os restantes ativos relevantes detidos por instituições financeiras nos Estados-membros a ficarem congelados.
Está estimado que estas receitas permitam mobilizar para a Ucrânia cerca de três mil milhões de euros por ano, num total de 12 mil milhões nos próximos quatro anos.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial. (Ag.Lusa)